Mercado da Madalena

A região da Madalena e Benfica já possuía, no começo do século 20, uma feira popular, onde os moradores daqueles arrabaldes podiam adquirir alimentos e outros itens básicos para suas casas. Apelidada de Bacurau, em função do pássaro noturno, funcionava a noite toda em um aglomerado de casebres mal-ajambrados, de estrutura precárias e pouca higiene, o que levou a população a pleitear, junto ao poder municipal, a construção de um mercado público. Ele seria inaugurado em 19 de outubro de 1925, também na gestão do governador Sérgio Loreto, na forma de uma edificação cuja arquitetura lembra a do período colonial, possuindo quatro fachadas. Frutas e verduras eram vendidos em compartimentos cobertos e munidos de pedras, à guisa de balcões, como também se fazia no Mercado de São José. Durante o Estado Novo, na Interventoria de Agamenon Magalhães (1937-1945), houve ampliação do local, instalando-se uma cooperativa que negociava produtos vindos do interior.

Fotografia colorida na horizontal. Em destaque, um frontão curvo de cor verde. Na estrutura há um brasão com ramificações semelhantes a folhas, um leão no topo e abaixo um escudo dividido em quatro partes. Abaixo do brasão há um letreiro com o nome “Mercado da Magdalena”. Logo abaixo, centralizado, há uma escultura com forma oval e arabescos nas laterais, semelhantes a uma tulipa. 

Fotografia colorida na horizontal. Entrada do mercado da Madalena, cuja pintura é verde. As paredes à esquerda e à direita da porta principal possuem janelas quadradas semelhantes a cobogós. Ao fundo há prédios altos e alguns coqueiros. Na calçada, um homem caminha. Ele veste camisa azul e short vermelho.

Fotografia colorida na horizontal. À esquerda há 11 janelas quadradas, semelhantes a cobogós, em uma moldura de cor branca. À direita há uma árvore com folhagem verde.

Fotografia colorida na horizontal. Corredor do mercado da Madalena, à esquerda box com várias gaiolas na sua frente, algumas possuem pássaros dentro. À direita grandes caixas de madeira empilhadas. No final do corredor uma estrutura alta com janelas, semelhante a um observatório.

Em 1960, o Mercado da Madalena teve seu assoalho reparado, mas sua reforma mais importante aconteceria apenas no começo da década de 1980. Durante as obras, o historiador Vanildo Bezerra Cavalcanti encontrou um escudo em seu frontispício, praticamente apagado pelo tempo e interferências humanas. Após realizar uma extensa pesquisa, constatou-se que o símbolo representava o brasão da cidade do Recife, sendo afinal restaurado e instalado na fachada do mercado. Além de verduras, carnes, pescados, cereais e produtos de casa, o local se notabilizou por oferecer uma culinária simples e regional. Durante o dia, costumava-se – e costuma-se – servir mungunzá, tapioca, cuscuz com café e um ainda hoje famoso sarapatel. Mas as origens madrugadoras do mercado, quando ainda era conhecido por Bacurau, acabaram por formar um público mais boêmio, que passou a acorrer ao local de manhã bem cedo, buscando se recuperar da (ou continuar a) noitada do dia anterior. Atualmente, existe um espaço gastronômico, com restaurantes e bares, servindo bebidas e pratos tipicamente pernambucanos, como cabidela, bode guisado e buchada.

Fotografia colorida na horizontal. Em frente a um box há frutas e verduras expostas em cestas e caixotes. Da esquerda para a direita mesas laranja e vermelha com cadeiras de plástico e diversos itens expostos: alfaces, couve, batata doce, coentro, bananas, melancias, tomates e laranjas. 

Fotografia colorida na horizontal. À esquerda há gaiolas de pássaros empilhadas. Algumas estão penduradas no caibro do box. À direita, há uma gaiola de madeira e bebedouros para beija-flores nas cores roxo, laranja e amarelo. Eles são semelhantes a uma cápsula e têm flores na parte inferior. Ao fundo, desfocado, um homem caminha.

Fotografia colorida na horizontal. Frente de um box com mesas e cadeiras. À esquerda da imagem há uma mesa de plástico azul. No centro, duas mesas laranjas com a logo da Schin e à direita uma mesa vermelha com duas cadeiras laranjas. À direita box vizinho com várias frutas e verduras expostas à frente.

Fotografia colorida na horizontal. À esquerda, três homens estão dentro de um box, onde há um carrinho de supermercado com uma placa que diz “queijo de cabra”. Ao centro, um homem de cabelos brancos passa em frente a um corredor. Ele usa boné com óculos escuros sobre a aba, está de camisa azul, short preto e sapato. À direita, vê-se parte de folhas de couve, alface e cebola dentro de cestas, além de mesas e cadeiras de plástico.

Mas nem só da feira cotidiana e comidas de sustância vive o Mercado da Madalena. Nos seus fundos funciona ainda a tradicional Feira dos Passarinhos, desde 1997 autorizada e regulamentada pelo Ibama. Há ainda lojas de animais, artesanato, barbearia, sapataria e serviços de costura.

Fotografia colorida na horizontal. Frente de um box. Dentro dele há vários frascos de mel, lambedor e pimenta; alguns estão expostos no balcão. À direita, plantas de pequeno porte estão expostas e uma mulher caminha em direção a um portão. Está de costas para nós.

Fotografia colorida na horizontal. Destaque para um box com frutas, verduras e legumes expostos. Há bananas penduradas em ganchos, e em galeias e tábuas de madeira há maracujás, cenouras, tomates, batatas, pimentões, melancias e coentro. Uma mulher usa touca cirúrgica nos cabelos e está de costas para nós. Atrás dela há um homem que usa boné branco, máscara no rosto, camisa branca e bermuda vermelha. Ele segura uma sacola plástica.

Serviço

Endereço: R. Real da Torre, 521 – Madalena, Recife – PE

Funcionamento: segunda a quinta das 6h às 18h; sexta e sábado das 6h à 00h; e domingo das 6h às 12h

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