Também o Mercado da Encruzilhada surgiu de um desejo, tanto do poder público quanto das elites locais, de se ordenar as feiras livres que ocorriam no Recife, considerados eventos populares, desorganizados e pouco higiênicos. No lugar do comércio no meio da rua, exigiam-se mercados fechados, contando com boa iluminação e ventilação. Além disso, era preciso haver equipamentos adequados para manter produtos perecíveis, como carnes e pescados, bem como instalações sanitárias tanto para os comerciantes quanto para o público. Para atender essas necessidades, escolheu-se desapropriar o antigo prédio da Companhia de Trilhos Urbanos do Recife, Olinda e Beberibe, em uma região populosa da zona norte da cidade. Assim, técnicos supervisionaram o remodelamento do local, que foi entregue à população em 1924, sob o governo de Sérgio Loreto. O mercado iria contribuir para a urbanização do futuro bairro da Encruzilhada, que ia se tornando uma localidade cada vez mais atraente, bem servida de linhas de bonde elétrico e onde não era preciso ir até o centro para se fazer compras.
Fotografia colorida. Mostra a entrada do Mercado da Encruzilhada e parte da calçada à frente do local. A estrutura central da entrada tem o nome MERCADO DA ENCRUZILHADA e está pintado em tom salmão. Há uma coluna à esquerda e uma à direita, mais altas, em rosa claro. As colunas tem um quadrado branco no topo. Há grandes janelas em toda a estrutura. Abaixo existem três portões de entrada, todos abertos e uma grade branca à frente. A calçada é de paralelepípedos e há um piso tátil que dá na entrada principal.
Fotografia colorida que mostra a parte de fora do Mercado. Há uma parede em tom salmão com cinco janelas quadradas. Cada uma delas tem aberturas semelhantes, em quadrados menores, pintados de branco. À frente há quatro mesas e bancos de cimento.
Fotografia colorida do interior do Mercado. Há um corredor com pilastras pintadas de laranja e adesivos com QR Code. À frente há uma planta com galhos finos. Do lado esquerdo há boxes com vassouras e itens descartáveis. Há um gato próximo a um lixeiro. No centro há uma bicicleta encostada a um jarro de planta. À direita há outros boxes, alguns abertos e outros fechados. Acima de um box está a bandeira de Pernambuco.
Fotografia colorida. Um homem branco de cabelos grisalhos está de costas para nós. Caminha em direção a um box central, onde há duas pessoas. Há banners de divulgação dos boxes e bandeiras juninas no teto.
Ao longo do tempo, contudo, a edificação foi se deteriorando além de qualquer possibilidade de reparo, ao mesmo tempo em que suas dimensões não mais atendiam às demandas de comerciantes e público. Assim, decidiu-se pela demolição da antiga estrutura de ferro e pela construção de um novo prédio, em terreno próximo ao mercado original, com obras iniciadas em 1949 e concluídas em 1950. O novo equipamento foi considerado um exemplo para o resto do país, sua inauguração contando com a presença do governador Barbosa Lima Sobrinho e engenheiros de todo o Brasil. Em 1998, seria reinaugurado, após extensas reformas, com o prédio, seus jardins e calçadas, bem como seu sistema de drenagem, sendo recuperados. Além de carnes, pescados, cereais e itens básicos da casa, o Mercado da Encruzilhada passou a oferecer bares e restaurantes, alguns deles já considerados tradicionais. É o caso d’O Bragantino, fundado há três décadas pelo português Manoel José Alves, que se celebrizou principalmente pelo bolinho de bacalhau, considerado por alguns o melhor do Recife.
Fotografia colorida. Ao centro, uma mulher está encostada na bancada de um box, onde há castanhas, amendoins, temperos e ovos. Há uma placa que diz “Queijos” e “Carne de charque”. À esquerda há toalhas penduradas e à direita há um homem de costas, em outro box.
Fotografia colorida. À esquerda um homem caminha e está de costas para nós. Ao longe vê-se a bandeira de Pernambuco desfocada. À direita há diversos itens em exposição, também desfocados. Em destaque, o busto do boneco de um homem branco, com touca e máscara cirúrgica.
Fotografia colorida. Em destaque há um box que vende frutas e tubérculos. Os produtos estão expostos em galeias verdes. Há duas mulheres e um vendedor, que usa máscara. A mulher da direita passa álcool na mão. Está de máscara cirúrgica e com uma sacola plástica no braço.
Fotografia colorida. Mostra o corredor em frente a alguns boxes localizados à esquerda. Há vassouras expostas, bancos de plástico, panos e bandejas de ovos. Há dois homens em frente a boxes diferentes.
Há ainda lojas de animais, aquários, artesanato, armarinho e até um ateliê de bicicletas, a Reciclo Bikes, que também promove festas com cerveja, coquetéis e DJs pilotando as pickups. Seu público é diverso, contando com moradores da região, populares, juízes, advogados, políticos, intelectuais e, cada vez mais, gente jovem.
Fotografia colorida mostra os boxes da praça de alimentação no Mercado. Há muitas mesas e bancos de madeira, enfileiradas. Na parte superior, entre as pilastras, há placas da Devassa e Coca-Cola, além de ventiladores pretos. À direita está em destaque o box do O Bragantino. Há um homem de máscara de pé, com uniforme azul e duas pessoas sentadas em uma das mesas.
Fotografia colorida de um corredor do Mercado. À esquerda, duas mulheres e duas crianças caminham. Usam máscara no rosto. Ao fundo há um box com carnes. À direita um banner na frente de um box, que diz: Matuto do Bode. Uma mulher está encostada à parede.
Serviço
Endereço: R. Dr. José Maria, 2-200 – Encruzilhada, Recife – PE
Funcionamento: segunda a sábado das 6h às 18h e domingo das 6h às 12h