Mercado da Boa vista
Por muito tempo, os habitantes da freguesia da Boa Vista precisavam atravessar o Capibaribe a barco para fazer suas compras no Mercado da Praça do Polé, hoje Praça da Independência. Por conta das dificuldades de acesso, moradores e comerciantes da região pleitearam junto ao poder público a construção de um mercado mais próximo, sendo afinal atendidos em 1823, um ano após a Independência do Brasil. As obras foram iniciadas com o emprego de quatro contos de réis em um terreno vago, que já havia servido de estrebaria e de cemitério para a Capela da Santa Cruz. Concluído, o Mercado da Boa Vista possuía espaços para a comercialização de verduras, cereais e carnes, estas retalhadas em açougue próximo, antes inexistente na freguesia. Em algum momento do século 19, contudo, serviu ainda para a exibição e venda de pessoas escravizadas, com um dos espaços reservados para açoitar os negros cativos.
Fotografia colorida mostra o topo da entrada do Mercado. O céu está claro, com nuvens. As bordas da estrutura são em um tom laranja. Em destaque, no centro, lê-se “Mercado da Boa Vista”.
Fotografia colorida. Mostra parte da rua e a frente do Mercado da Boa Vista. Vê-se o arco de entrada com o nome do Mercado no topo e logo abaixo um arco semicircular largo e alto. Ao longo da extensão do Mercado, outros 6 arcos menores, também semicirculares e em tom alaranjado, compõem o espaço, em frente aos boxes.
Fotografia colorida. Em destaque, a entrada de um arco semicircular, com claridade, e à vista estão outros seis, à direita. Ao centro há uma placa que oferece xerox e acesso a redes sociais. O interior do espaço é mais escuro.
Fotografia colorida de parte de um gradil, parte laranja, parte descolorido. O gradil tem ornamentos padronizados e modulados, circulares e semicirculares.
Apesar de sua importância para o Recife, o Mercado quase se acabou em mais de uma ocasião. Sofreu uma série de incêndios no começo do século 20, o último deles obrigando-o a fechar as portas até a conclusão de uma longa reforma, reabrindo apenas em 1946, pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Já na década de 1970, quase foi demolido para dar lugar a um magazine de grande porte, e havia boatos de que as Lojas Americanas desejavam ali se instalar. Há histórias de que já houve planos de fazer passar a BR-232 em sua proximidade e mesmo da construção de um viaduto, todos os projetos abandonados por força dos tombamentos históricos da região. Sobrevivendo a mais um incêndio em 2005, o Mercado continua em atividade nos dias atuais, ainda mantendo sua vocação comercial, mas servindo como centro de gastronomia regional, com restaurantes e bares. Ainda há comerciantes com décadas de casa, assim como lojas passadas de pai para filho. Apesar do surgimento dos supermercados na década de 1950, os clientes se mantém, e não faltam pessoas que preferem fazer suas compras no Mercado da Boa Vista.
Fotografia colorida. Vista lateral do pátio do Mercado. Ao longe estão as mesas e cadeiras de madeira com tendas brancas de proteção, além da árvore frondosa. Em destaque, um bicicletário cheio de bicicletas com galeias. Próximo a nós, há uma escultura em tamanho natural do poeta Erickson Luna, um homem magro, com barba farta. Está sentado em uma cadeira vermelha e segura um copo na mão direita.
Fotografia colorida. À esquerda, em destaque, elásticos extensores em vermelho, amarelo, azul e verde; vassouras e espanadores de palha. À direita, desfocado, parte do pátio do Mercado, repleto de mesas e cadeiras de madeira com tendas brancas. Ao fundo está a árvore frondosa e alta.
Fotografia colorida. Mostra a frente de um box onde há uma placa vermelha com o título “Cerâmica e Artesanato”. À frente do box está um homem com cabelos grisalhos, máscara no rosto e ar de riso. No local estão expostos diversos itens, entre peneiras de palha, penduradas no alto; peneiras de plástico grandes, médias e pequenas; lamparinas de metal, panelas, colheres de pau, itens engarrafados, espanadores, brinquedos, leques e desentupidores de pia.
Fotografia colorida. Mostra o interior do Mercado. À esquerda há uma roda de homens e uma senhora com cabelos grisalhos e máscara no rosto. Ela escolhe tomates. À direita estão os boxes, que expõem bananas, batata doce, laranjas, alfaces, vassouras e temperos.
Com arcos em suas entradas e formato quadrado, lembrando um claustro conventual, o local já foi frequentado por gente famosa, como o Rei do Baião Luiz Gonzaga. Outra figura fácil no lugar era o poeta Erickson Luna, falecido em 2007 e homenageado com uma estátua dentro do pátio interno do Mercado, infelizmente em péssimo estado de conservação. Durante a época de carnaval, é ainda um dos pontos mais animados da cidade.
Fotografia colorida do pátio do Mercado, repleto de mesas e cadeiras de madeira e toldos brancos, com a logo da Coca-Cola. No centro do pátio há uma árvore frondosa, que espalha os galhos em todas as direções. Há dezenas de pessoas sentadas às mesas. Homens, mulheres jovens, crianças e idosos. Dentre eles há alguns garçons com farda amarela.
Fotografia colorida. É dia. Um homem está no centro da imagem, de costas para nós. Ele é negro, usa boné preto e camisa estampada. Segura um suporte metálico com vários pirulitos quebra-queixo longos e finos encaixados na estrutura. À direita dele há um portão laranja com grades e cadeados pendurados e um aviso colado no mesmo. Ao longe, na saída do Mercado, pessoas conversam.
Serviço
Endereço: R. da Santa Cruz, S/N – Boa Vista
Funcionamento: segunda a sábado das 6h às 18h e domingos das 6h às 15h
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